Na Zingu! 7 n°. 4
Tomando-se como critério a participação como cantor, podem ser atribuídos a Carlos Imperial dois discos, ambos de 1968: “Pilantrália com Carlos Imperial e a Turma da Pesada”, lançado pelo mítico selo Parlophone, ligado à Odeon brasileira (PBA-13.004) e “O Rei da Pilantragem – A Turma do Embalo interpreta Imperial”, RCA-Victor (BBL-1469).
Ao se mencionar os discos da pilantragem, é necessária uma advertência: os álbuns da Turma da Pilantragem, lançados pela Polydor (hoje pertencente ao acervo da Universal), não são ligados diretamente a Imperial. Foram produzidos por Nonato Buzar e arranjados por Antonio Adolfo, que reuniu músicos diversos daqueles dos discos de Imperial, como o baixista Sergio Barroso, o baterista Victor Manga, o guitarrista e violonista Durval Ferreira, o sax-tenor Juarez Araújo e o trombonista Raul de Souza, dentre outros luminares das décadas de 1960 e 70.
O título do primeiro álbum já indica: trata-se de uma gozação com a Tropicália, com direito a capa falsamente psicodélica, de autoria do artista plástico Joel Cochiararo. Seguindo à risca o lema do maio de 1968 francês – “É proibido proibir” – o repertório incluía sambas da velha-guarda, como “Atire a primeira pedra”, de Ataulfo Alves e Mário Lago, a marchinha “Cidade Maravilhosa”, de André Filho, a celebrativa “Parabéns pra você”, clássicos instantâneos da pilantragem (“Mamãe passou açúcar ‘ni’ mim”, “O bom” e “Nem vem que não tem”, todos de autoria imperialesca), hinos de clube de futebol: América, Botafogo, Fluminense e Flamengo, eternizados por Lamartine Babo, e até uma parceria com o colunista social Ibrahim Sued, “Laço de fita”.
O disco foi arranjado pelo maestro Pilantra Junior, ou seja, Orlando Silveira. Músico de estúdio da Odeon, lançou vários discos de choros, valsas e sambas-canções gravados principalmente durante a década de 1950. Os instrumentistas arregimentados por Silveira formavam um “dream team”. Vários dos músicos mais competentes da época participaram das sessões de gravação: Wagner Tiso (piano), Edson Machado (bateria), Luiz Marinho (baixo), Aurino Ferreira, Paulo Moura e Oberdan Magalhães (saxes), Maurílio, Darcy da Cruz e Eraldo Reis (pistons) e Ed Maciel, Zanata e Manoel Araújo (trombones). Tiso, Moura e o baterista Paschoal Meirelles ainda formariam, no final dos anos 60, o conjunto Os pilantocratas, que lançou pelo selo Equipe, de Oswaldo Cadaxo, o disco “Pilantocracia”.
O clima do disco era o de uma grande festa, com direito a barulho de gelo estalando no copo. Gente falando, coros de lá-lá-iás e palmas. Muita marcação com palmas. Derivadas dos discos de Chris Montez e do jazzístico trio de Ramsey Lewis, são características de quase tudo aquilo que pode ser associado à Pilantragem: a esfuziante mistura de samba, rock, soul, “boogaloo”, “sunshine pop”... E o que mais passasse pelo crivo dúbio do pilantra-mor Carlos Imperial.
“O Rei da Pilantragem – A Turma do Embalo interpreta Imperial” pode ser considerado uma continuação do disco anterior, inclusive quanto à presença das características enumeradas acima. O repertório repetia algumas faixas, como “Nem vem que não tem”, “Mamãe passou açúcar ‘ni’ mim”, “O bom”, “Bye-bye” (em parceria com Jorge Roberto), “O carango” (com Nonato Buzar) e “O adeus”, mas apresentava o samba eternizado por Clara Nunes, “Você passa e eu acho graça”, cujo co-autor de Imperial era ninguém menos que Ataulfo Alves, e um dos grandes sucessos de Erasmo Carlos, “Vem quente que eu estou fervendo”, parceria do “Gordo” com “o bom” Eduardo Araújo.
Ao se mencionar os discos da pilantragem, é necessária uma advertência: os álbuns da Turma da Pilantragem, lançados pela Polydor (hoje pertencente ao acervo da Universal), não são ligados diretamente a Imperial. Foram produzidos por Nonato Buzar e arranjados por Antonio Adolfo, que reuniu músicos diversos daqueles dos discos de Imperial, como o baixista Sergio Barroso, o baterista Victor Manga, o guitarrista e violonista Durval Ferreira, o sax-tenor Juarez Araújo e o trombonista Raul de Souza, dentre outros luminares das décadas de 1960 e 70.
O título do primeiro álbum já indica: trata-se de uma gozação com a Tropicália, com direito a capa falsamente psicodélica, de autoria do artista plástico Joel Cochiararo. Seguindo à risca o lema do maio de 1968 francês – “É proibido proibir” – o repertório incluía sambas da velha-guarda, como “Atire a primeira pedra”, de Ataulfo Alves e Mário Lago, a marchinha “Cidade Maravilhosa”, de André Filho, a celebrativa “Parabéns pra você”, clássicos instantâneos da pilantragem (“Mamãe passou açúcar ‘ni’ mim”, “O bom” e “Nem vem que não tem”, todos de autoria imperialesca), hinos de clube de futebol: América, Botafogo, Fluminense e Flamengo, eternizados por Lamartine Babo, e até uma parceria com o colunista social Ibrahim Sued, “Laço de fita”.
O disco foi arranjado pelo maestro Pilantra Junior, ou seja, Orlando Silveira. Músico de estúdio da Odeon, lançou vários discos de choros, valsas e sambas-canções gravados principalmente durante a década de 1950. Os instrumentistas arregimentados por Silveira formavam um “dream team”. Vários dos músicos mais competentes da época participaram das sessões de gravação: Wagner Tiso (piano), Edson Machado (bateria), Luiz Marinho (baixo), Aurino Ferreira, Paulo Moura e Oberdan Magalhães (saxes), Maurílio, Darcy da Cruz e Eraldo Reis (pistons) e Ed Maciel, Zanata e Manoel Araújo (trombones). Tiso, Moura e o baterista Paschoal Meirelles ainda formariam, no final dos anos 60, o conjunto Os pilantocratas, que lançou pelo selo Equipe, de Oswaldo Cadaxo, o disco “Pilantocracia”.
O clima do disco era o de uma grande festa, com direito a barulho de gelo estalando no copo. Gente falando, coros de lá-lá-iás e palmas. Muita marcação com palmas. Derivadas dos discos de Chris Montez e do jazzístico trio de Ramsey Lewis, são características de quase tudo aquilo que pode ser associado à Pilantragem: a esfuziante mistura de samba, rock, soul, “boogaloo”, “sunshine pop”... E o que mais passasse pelo crivo dúbio do pilantra-mor Carlos Imperial.
“O Rei da Pilantragem – A Turma do Embalo interpreta Imperial” pode ser considerado uma continuação do disco anterior, inclusive quanto à presença das características enumeradas acima. O repertório repetia algumas faixas, como “Nem vem que não tem”, “Mamãe passou açúcar ‘ni’ mim”, “O bom”, “Bye-bye” (em parceria com Jorge Roberto), “O carango” (com Nonato Buzar) e “O adeus”, mas apresentava o samba eternizado por Clara Nunes, “Você passa e eu acho graça”, cujo co-autor de Imperial era ninguém menos que Ataulfo Alves, e um dos grandes sucessos de Erasmo Carlos, “Vem quente que eu estou fervendo”, parceria do “Gordo” com “o bom” Eduardo Araújo.
Labels: 1968, Carlos Imperial, Parlophone, RCA, Zingu
1 Comments:
Domingos, tudo bem?
Preciso de uma informaçãozinha. ¿Vc sabe quais são os discos fundamentais com o próprio Pixinguinha tocando suas composições?
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