Monday, December 26, 2005
Thursday, December 22, 2005
E pausa para uma canção-poema
É, como eu falei, não ia durar
Eu bem que avisei, pois é, vai desmoronar
Hoje ou amanhã um vai se curvar
E, graças a deus, não vai ser eu quem vai mudar
Você perdeu
E, sabendo com quem eu lidei, não vou me prejudicar
Nem sofrer, nem chorar, nem vou voltar atrás
Estou no meu lugar, não há razão pra se ter paz
Com quem só quis rasgar o meu cartaz
E agora pra mim você não é nada mais
E qualquer um pode se enganar
Você foi comum, pois é, você foi vulgar
E o que é que eu fui fazer quando dispus te acompanhar
Porém pra mim você morreu
Você foi castigo que deus me deu
Não saberei jamais se você mereceu perdão
Pois eu não sou capaz de esquecer uma ingratidão
E você foi uma a mais
E qualquer um pode se enganar
Você foi comum, pois é, você foi vulgar
E o que é que eu fui fazer quando dispus te acompanhar
Porém pra mim você morreu
Você foi castigo que deus me deu
E como sempre se faz, aquele abraço, adeus
E até nunca mais
("Última forma" - Baden Powell/Paulo César Pinheiro)
Monday, December 19, 2005
Breve Antonio Adolfo
Antonio Adolfo começou estudando piano em conservatório. Foi o pianista do musical de pinta socialista “Pobre Menina Rica”, escrito por Vinicius de Morais e musicado por Carlos Lyra, o que lhe proporcionou, ainda estudante de medicina, formar um trio de bossa-nova e samba-jazz chamado Trio 3D.
Gravou, nessa fase, dois discos na RCA: “Tema 3D”, em 1964 e “O Trio 3-D Convida”, em 1965, cujo lado b traz como convidados bam-bam–bans Eumir Deodato, João Teodoro Meirelles, Raul de Souza e Paulo Moura, dentre outros.
Tornou-se conhecido e requisitado nos meios musicais, tendo participado de shows de sucesso com Lennie Dale e Eliana Pittman, começou a fazer arranjos na gravadora Odeon e registrou, como líder, pelo selo Copacabana, o disco “Muito na Onda”, já com o Conjunto 3d, que contava com a presença suave de Beth Carvalho nos vocais. Foi ainda compositor, ao lado de Tibério Gaspar, de um dos maiores sucessos de Wilson Simonal, “Sá Marina”.
Com uma das trajetórias mais interessantes da “MPB”, Antonio Adolfo começou na bossa, passou pelo samba-jazz, escreveu canções “soul”, enveredou pela pilantragem de Carlos Imperal, formou o coletivo hippie “A Brazuca”, foi o autor do arranjo de "BR-3", com Toni Tornado, campeã em Festival, lançou um dos primeiros discos independentes do Brasil, “Feito em Casa”, de 1977 (antes, Tim Maia havia criado a sua Seroma – Sebastião Rodrigues Maia, pela qual lançou seus discos “racionais”) e passou a estudar a obra de Ernesto Nazareth e Chiquinha Gonzaga, gravando, também de forma independente, “songbooks” dos dois compositores.
Atualmente dá aulas na sua própria escola de música no Rio de Janeiro.